Fonte: Feira
do Livro do Porto”, no Facebook, 22.08.2014.
“DOS LIVROS NO CINEMA”
Feira do
Livro do Porto apresenta
ciclo sobre
a representação cinematográfica do livro
«A Câmara Municipal do Porto organiza pela primeira
vez a Feira do Livro e atribuiu-lhe o tema “Liberdade
e Futuro”. Do vasto programa cultural faz parte um ciclo de cinema, onde os
filmes escolhidos colocam em jogo e questionam diferentes aspetos e práticas em
torno dos livros: a memória, a ideologia, a leitura, a fé, a loucura, a
criação, a fantasia e o saber.
«O ciclo - que decorrerá no auditório da Biblioteca
Almeida Garrett, situado na Avenida das Tílias (jardins do Palácio de Cristal),
onde estarão instalados os pavilhões da Feira do Livro - foi denominado “Dos Livros no Cinema” e visa
compendiar uma série de obras nesta categoria, oferecendo material para um
debate em torno da representação cinematográfica do livro, da sua física e da
sua metafísica.
«Procurando uma grande amplitude - geográfica (da
Dinamarca aos Estados Unidos, passando por França, Portugal e Egipto), temporal
(do mudo ao contemporâneo) e estilística (de Dreyer a Minnelli) – Dos Livros no Cinema pretende tecer um
discurso (e dar nascimento a outros) sobre o livro e a já extensa carta de amor
que o cinema lhe escreveu ao longo de um século.
«O âmbito do ciclo não será apenas arquivístico e
historiográfico, mas também de indagação do futuro: numa era em que a leitura
digital ganha terreno - na vida e no cinema - propõe-se uma discussão, através
das intervenções dos convidados que apresentarão cada filme, sobre o lugar que
o livro poderá continuar a ter no nosso mundo, as suas novas declinações, a sua
sempre renovada importância.
«A entrada nas sessões é livre, tal como em todos
os eventos culturais que decorrerão na Biblioteca e Galeria Municipal no âmbito
da Feira do Livro do Porto.
«A Feira do Livro do Porto, que pela primeira vez
em mais de 80 anos é organizada diretamente pela autarquia, conta este ano com
mais de 100 pavilhões de exposição contando com dezenas de editoras, livreiros
e alfarrabistas.
«Além da venda de livros, a Feira do Livro do Porto
de 2014 contará com um ciclo de debates, exposições, um festival de “Spoken
Word”, performances musicais, um ciclo de cinema e muita animação, o que a
transformam num dos maiores festivais literários jamais realizados em Portugal.
“DOS LIVROS NO CINEMA”
Organização da Câmara
Municipal do Porto
Programação - António
Costa & David Pinho
Barros
De 7 a 21
de Setembro de 2014
Local - Biblioteca
Municipal Almeida Garrett
PROGRAMA
Sessão 1. - Três curtas-metragens
Domingo, 7 set.,
21h30
Toute la mémoire du monde
Realização:
Alain Resnais. Argumento:
Rémo Forlani
França, 1956.
Duração: 21’
Somos Livros
Realização
e argumento: Mariana Ferreira
Portugal, 2013.
Duração: 45’
Se a memória existe
Realização:
João Botelho. Argumento:
Manuel António Pina
Portugal, 1999.
Duração: 25’
«Esta sessão reúne três obras que pensam
o livro enquanto arquivo e potenciador de memória. Em Toda a Memória do Mundo, Resnais constrói um ensaio fílmico sobre
os limites do conhecimento, a sua conservação no formato escrito e a
responsabilidade da transmissão da memória humana. Em Somos Livros, Mariana Ferreira filma e interroga a memória dos
livreiros e editores independentes de Portugal. Finalmente, em Se a Memória Existe, João Botelho
responde a uma encomenda para a comemoração dos 25 anos do 25 de Abril com uma
representação da leitura do livro O
Tesouro de Manuel António Pina, levantando questões fulcrais sobre as
possibilidades de transmissão às gerações futuras de uma experiência coletiva
marcante.»
Sessão 2. - Fahrenheit 451
Terça-feira,
9 set., 21h30
Apresentador
convidado: Pedro Abrunhosa
Fahrenheit 451
Realização: François Truffaut. Argumento: F. Truffaut e Jean-Louis
Richard
Reino Unido,
1966. Duração: 112’
«Fahrenheit
451 foi o único filme que François Truffaut realizou fora do seu país.
Nele, o cineasta executou uma brilhante adaptação do romance homónimo de Ray
Bradbury, situado num futuro hipotético onde os livros e a leitura são
proibidos. Guy Montag é um dos bombeiros responsáveis pela destruição dos
livros descobertos pela polícia do estado e exerce a sua profissão sem qualquer
má consciência. O encontro com Clarisse, uma leitora clandestina, vai mudar por
completo esta realidade. Mais atual do que nunca, Fahrenheit 451 é uma extraordinária reflexão sobre a digitalização
da sociedade, a morte do livro, a censura da arte e o controlo estatal sobre as
opções individuais.»
Sessão 3. - Ciclo As Cinzas de Pasolini
Quarta-feira,
10 set., 21h30
Apresentador
convidado: Roberto Chiesi (Diretor, Cineteca Bologna)
Em parceria
com o festival Cinecoa
Che Cosa Sono le Nuvole?, La Terra Vista dalla Luna, La Ricotta
Realização
e argumento: Pier Paolo Pasolini
Itália, 1968,
1967, 1963. Duração: 22’, 30’, 35’
Sessão 4. - Páginas do Livro de Satanás
Sábado, 13 set.,
21h30
Apresentador
convidado: Sousa Dias
Realização:
Carl Theodor Dreyer. Argumento:
Edgar Høyer
Dinamarca,
1920. Duração: 157’
«Filme mítico e raro de Carl Theodor
Dreyer, que trabalha o livro enquanto símbolo de fé e fonte de conhecimento
divino. Nele, Satanás é banido do Céu e condenado a uma deambulação pela Terra.
Para poder regressar, terá que propor aos Homens uma série de tentações, sendo
que a cada cedência verá a sua pena alargada por mais cem anos. Se, pelo
contrário, encontrar resistência, mil anos serão retirados à punição. Vagamente
baseado no romance The Sorrows of Satan
da escritora escocesa Marie Corelli e inspirado na estrutura narrativa
segmentada de Intolerance de
Griffith, Páginas do Livro de Satan é
uma das obras mais místicas do austero cineasta dinamarquês.»
Sessão 5. - A Divina Comédia
Terça-feira,
16 set., 21h30
Apresentador
convidado: António Preto
Realização
e argumento: Manoel de Oliveira
Portugal/França/Suíça,
1991. Duração: 140’
«N’A
Divina Comédia de Manoel de Oliveira, os livros são os porta-vozes de uma
série de pacientes de um hospício que se veem como figuras bíblicas ou
literárias: Jesus, Lázaro, Marta, Maria, Adão, Eva, Sónia, Raskolnikov, Aliosha
e Ivan Karamasov, Santa Teresa d'Ávila, um filósofo, um poeta. As leituras são
a sua comunicação e estão ao serviço dos principais questionamentos formulados
pelo filme: o que são o bem e o mal, onde estão a santidade e o pecado. Com uma
excecional fotografia de Ivan Kozelka, A Divina Comédia foi nomeado para o Leão
de Ouro e vencedor do Grande Prémio do Júri do Festival de Veneza de 1991.»
Sessão 6. - Deus Sabe Quanto Amei
Quarta-feira,
17 set., 21h30
Apresentador
convidado: Rui Reininho
Realização:
Vincente Minnelli
Argumento: John Patrick e Arthur Sheekman
Argumento: John Patrick e Arthur Sheekman
Estados
Unidos, 1958. Duração: 137’
«Um dos mais reverenciados filmes de
Minnelli, cineasta aclamado nos Estados Unidos e na Europa pelos seus icónicos
musicais, Deus Sabe Quanto Amei
apresenta a história de um veterano do exército que chega à sua cidade natal,
Parkman, depois de ter sido deixado, ébrio, numa camioneta em Chicago. Na
bagagem, livros de Hemingway, Steinbeck, Faulkner, Fitzgerald e Wolfe, e a
vontade de escrever. No entanto, a vida da literatura e a das ruas de Parkman
não são coincidentes, e iniciar uma carreira como escritor não se revela fácil.
O filme de Minnelli, executado com um sublime aproveitamento das
potencialidades da Metrocolor, questiona, assim, o ato de criação literária e a
génese do livro.»
Sessão 7. - Gwen, O Livro de Areia
Sábado, 20
set., 11h00
Apresentador
convidado: Abi Feijó
Realização: Jean-François Laguionie
Argumento: Jean-François Laguionie e
Jean-Paul Gaspari
França, 1985.
Duração: 67’
«Jean-François Laguionie é um dos mais
respeitados cineastas de animação franceses, tendo iniciado a sua carreira com
três curtas-metragens nos anos 60, todas vencedoras de prémios em festivais
internacionais. Em Gwen, O Livro de Areia,
a sua primeira longa-metragem, constrói uma complexa narrativa em torno de uma
tribo nómada num mundo pós-apocalíptico, tentando proteger, por bizarros
caminhos, as tradições das civilizações antigas. O livro ocupa uma posição
central nesta reflexão de Laguionie, constituindo, simultaneamente, um recetáculo
da memória humana e uma catapulta para outros mundos fantásticos. O filme foi o
vencedor do Festival de Los Angeles, bem como do grande prémio da crítica do
Festival de Annecy.»
Sessão 8. - A Leitora
Quarta-feira,
10 set., 21h30
Título
original: La Lectrice
Realização:
Michel Deville
Argumento:
Michel Deville e Rosalinde Deville
França, 1988.
Duração: 97’
«Em A
Leitora, Michel Deville utiliza um mecanismo de mise en abyme para contar a história de uma rapariga que lê o
romance La Lectrice de Raymond Jean e
que se apaixona de tal forma pela protagonista que decide adotar a sua
profissão: a de leitora ao domicílio. Os clientes são muitos e, por diferentes
razões, pedem-lhe que lhes recite Sade, Marx, Tolstói, Maupassant ou Duras. A
partir deste jogo e recorrendo a notáveis subtilezas irónicas, o filme coloca
em marcha um inovador dispositivo de questionamento da leitura e do papel do
livro na vida humana, tanto a nível individual como gregário. Foi o vencedor do
prémio Louis Delluc.»
Fontes:
- “Feira do Livro do Porto”, no Facebook, 22.08.2014. – Texto apresentado com ligeiras alterações, de forma.
- Iconografia dos filmes obtida na Internet, através do Google.
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