03/01/2016

Helder Magalhães, as cumplicidades iluminadas

Helder Magalhães (de frente)
Fotografia de Mário Venda Nova, no Facebook.



Vida
HELDER MAGALHÃES nasceu a 9.01.1982, em Azurém, no distrito de Guimarães.
É um escritor, poeta, cronista e contista.

Helder Magalhães - fotografia de © Mar Babo


Estudou na Escola Secundária de Caldas de Vizela e Licenciou-se no Instituto Superior de Gestão Bancária.
Vive atualmente em Tagilde, freguesia de Vizela, no Norte de Portugal, local que o inspiraria a escrever um dos seus livros.
Um acontecimento extraordinária da sua vida, quando ainda era muito jovem, assinalou o seu percurso, permitindo-lhe redescobrir-se como pessoa e, mais tarde, desenvolver “sem mágoas” o prazer da comunicação e da escrita.

Estreou-se literariamente em 2008 com os poemas coligidos em Cúmplices momentos, e ainda com o livro autobiográfico Iluminado: o renascer. Nesta obra, através de uma escrita catártica empreende “uma viagem pelo sofrimento” para afirmar o triunfo da vida e da arte [ouvir excerto lido pelo autor aqui - vídeo].


De seguida, no modo lírico, publica os livros Na fúria do nós (2009) e Dista um palmo, a amplitude do peso que suportas (2014), este em versão manuscrita com “encadernação de costura portuguesa” e em versão impressa.

Entre estas obras poéticas, escreveu as crónicas reunidas em O meu Quitério: aventuras e desventuras de Venceslau na aldeia de Meio Grama (2014) e ainda o conto infanto-juvenil Avicella, a princesa mais bela (2012), com ilustrações de uma aluna do 6º ano do Agrupamento de Escolas Infias-Vizela, pois, como conta o autor, após a escrita da história, estabeleceu uma parceria com o Agrupamento de Escolas “no sentido de promover a conceção da leitura, a ilustração e a dramatização do mesmo.” Desse projeto nasceria este livro, em que se narra a aventura de Margarida, uma menina que irá tentar libertar a princesa Avicella do feitiço que a Bruma Má lhe lançou há muitos anos.

Com o primeiro livro, Iluminado (2008), foi vencedor do Concurso Ministério da Poesia 2008, projeto lançado pela comunidade Worldartfriends editora (WAF).
Participou com  poemas e contos em diversas antologias coletivas e revistas, de que destacamos o texto “Tudo rui menos o aço dos tendões” em 70 poemas para Adorno , antologia de 70 poemas por 70 autores, lançada no âmbito do Festival Literário da Madeira de 2015, ano de efeméride septuagenária da 2ª Grande Guerra.
Partilha com frequência textos seus no Facebook.


Obra
  • Iluminado. Porto: Corpos, 2008 – Col. O Espelho desta Hora”/ 2.ª ed., Coimbra : Temas Originais, 2011.
  • Cúmplices momentos [poesia]. Porto: Corpos, 2008. – Col. “World art friends”.
  • O meu Quitério: aventuras e desventuras de Venceslau na aldeia de Meio Grama [crónicas]. Rio Tinto: Lugar da Palavra, 2014.
  • Na fúria do nós [poesia]. Rev. Vítor da Rocha; Rio Tinto: Mosaico de Palavras, 2009.
  • Avicella, a princesa mais bela. – literatura infanto-juvenil – Ilustrações de Maria Lameiras Dias. Vizela: edição de autor, 2012. – 24 páginas ilustradas.
  • Dista um palmo, a amplitude do peso que suportas [poesia]. Vizela: edição de autor, 2014. – em versão manuscrita e em versão impressa.



Para saber mais:


01/01/2016

JULGUE UM LIVRO PELO SEU CONTEÚDO - ou as capas sem segredos das coletâneas poéticas de Joaquim Cardoso Dias

O título deste verbete é indiscreto e não corresponde, exatamente, ao seu conteúdo. Fui "tocado" pela existência de papel deste Poeta, por essa espécie de música que é toda a poesia - para usar expressões utilizadas por ou sobre os poetas Al Berto e Eugénio de Andrade, tão caros a Joaquim Cardoso Dias, na escrita e na vida. É um esboço biobibliográfico, a  anunciar mais leituras e releituras, o estar atento à arte escrita que se vai criando e partilhando, em papel ou nas redes sociais. Eis.

© Joaquim Cardoso Dias, in Malcata 7 Geografias


Sem mentir


ainda não sei se o amor esteve aqui de luz acesa
e se caminhou nu toda a noite
pelo teto do quarto mas
eu tirei a roupa toda bebi água
e não te telefonei
qualquer coisa assim atirou-me de bruços
para o coração e lembrei-me
de te esquecer desde o começo
muito longe e alto nas escadas de incêndio
foda-se como acreditar que te amo
sem mentir



Joaquim Cardoso Dias
in Meditações sobre o Fim (antologia coletiva), 2012, p. 117.




A VIDA

Joaquim Cardoso Dias, Poeta.
 Imagem no perfil do Facebook, 15.05.2012

         Joaquim Cardoso Dias, “Quim” para alguns, nasceu em Junho de 1973, em Castelo Branco, e vive em Lisboa.
É licenciado em Sociologia.



Editou dois livros de poemas – O preço das casas (2002) e Pornografia comum (2015)e colaborou em antologias, revistas e jornais, em Portugal e no estrangeiro.
Destaca-se a coautoria, com poemas e fotografias, em Malcata 7 Geografias (2003) e na antologia coletiva Meditações sobre o fim: os últimos poemas (2012), em que foi convidado, juntamente com 37 poetas, a meditar sobre a sua morte em três poemas como se estes fossem os últimos que pudesse escrever ou transmitir na vida.

Conviveu com os poetas  Eugénio de Andrade, Al Berto e Mário Cesariny e com Vergílio Ferreira, entre outros escritores, que considera terem sido “todos eles seres humanos muito ricos e complexos mas extremamente simples”, em contraponto a alguns escritores engalanados ou de capelinhas literárias.
No ano em que se comemoraram 10 anos da morte do poeta Al Berto [1948-1997], Joaquim Cardoso Dias editou
alguma correspondência (10 cartas inéditas) do poeta e amigo, de um carteio-amizade que floresceu entre 30 de junho de 1989 e 17 de abril de 1997, e que compreendeu “quase duas centenas de cartas, postais, poemas, textos, recados, convites, confidências, desabafos, conselhos e tanta solidão” (do prefácio, p. 10). Ao organizar esta edição convidou dez escritores portugueses contemporâneos que aceitassem essas epístolas como mote para comentário ou escrita de textos em homenagem a Al Berto. Nas cartas trocadas com o amigo, o autor de O Medo desnuda-se, dando a conhecer ainda melhor os bastidores solitários e sofredores da sua existência de papel.
O gosto pela fotografia de Joaquim Cardoso Dias já lhe permitiu expor e publicar trabalhos fotográficos, como na exposição “Pequenos olhares”, na Casa do Arco do Bispo em Castelo Branco, de 12 a 30 de abril de 1997, cujo conjunto de fotografias “escolheram falar de abandonos, ou de cadáveres de histórias” (Sandra Augusto França), talvez cores que restam como sinais da solidão e do deserto, dentro e fora das imagens.
Uma escrita secreta, a conhecer.

A OBRA

Poesia

 
  • O preço das casas. Lisboa : Gótica, 2002.
  • Pornografia comum. Lisboa: Gulliver, 2015.

Edição / Correspondência

  • Dez cartas para Al Berto : dez cartas de Al Berto. - Org. e pref. de Joaquim Cardoso Dias; com textos de Alexandre Nave, Fernando Pinto do Amaral, Francisco José Viegas, José Agostinho Baptista, José Luís Peixoto, Luís Quintais, Nuno Artur Silva, Nuno Júdice, Tiago Torres da Silva e Vasco Graça Moura. Vila Nova de Famalicão: Quasi, 2007.

Obras coletivas

  • Malcata 7 Geografias – com 10 poemas e 10 fotografias de JCD – Obra em coautoria com Pedro Sena-Lino e José Mário Silva. Coimbra: Alma Azul, 2003.
  • Meditações sobre o fim: Os últimos poemas – antologia poética [poemas de JCD: “Quarto escuro”; “Sem mentir”; “Pequeno poema”, p. 116-118]. – Lisboa:  Hariemuj, 2012. – “Foram convidados 38 poetas para que meditassem sobre o “seu” fim em três poemas, como se fossem os últimos que pudessem escrever ou transmitir na vida.”: os poetas Alice Macedo Campos; Ana Hatherly; Ana Paula Inácio; Ana Salomé; António Gregório; Bénédicte Houart; Bruno Béu;  Casimiro de Brito; Catarina Nunes de Almeida; Cláudia Lucas Chéu; Duarte Braga; Filipa Leal; Hugo Milhanas Machado; Inês Fonseca Santos; Inês Ramos; Joana Jacinto; Joana Serrado; João Barrento; João Bosco da Silva; João Camilo; Jorge Telles de Menezes; Jorge Vicente; Leila Andrade; Maria do Sameiro Barroso; Maria Sousa; Nicolau Santos; Nuno Brito; Pablo Javier Pérez López; Pedro S. Martins; Raquel Nobre Guerra; Ricardo Tiago; Rodrigo Miragaia; Romério Rómulo; Rui Almeida; Sylvia Beirute; Tiago Néné; Victor Oliveira Mateus. (site da Ed.)

 

Para saber mais: